Avaliação da eficácia clínica do óleo artesanal de Cannabis sativa, produzido pelo cultivo doméstico de uma mãe, com apoio do projeto Mães Jardineiras, para o tratamento de seu filho com Transtorno do Espectro Autista grave: Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.58731/2965-0771.2023.34Palavras-chave:
Autismo, CBDA, CRIANÇA, Cultivo domésticoResumo
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é caracterizado por déficits persistentes na comunicação, interação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos. Pesquisas apontam um crescimento alarmante no número de crianças com TEA nas últimas décadas. As estimativas da prevalência do autismo vêm aumentado dramaticamente, chegando à prevalência de 1 para cada 59 em 2018. Alguns estudos vêm demonstrando que substâncias derivadas da Cannabis sativa estão apresentando melhora na qualidade de vida de crianças com TEA, sem causar efeitos colaterais graves, tornando-se uma alternativa terapêutica eficaz e segura para o tratamento dessa desordem neurológica, entretanto ainda muito cara e inacessível a muitos brasileiros. Nesse contexto, o cultivo doméstico da planta Cannabis sativa, autorizado por Lei através de salvo conduto, é uma realidade encontrada por muitas famílias em busca de autonomia e baixo custo para a aquisição de óleos ricos em fitocanabinoides para o tratamento de doenças graves e, muitas vezes, intratáveis com a terapia farmacológica atual. O objetivo desse estudo foi avaliar a eficácia clínica do óleo artesanal de Cannabis na proporção 2:1 de Ácido canabidiólico (CBDA): Ácido tetrahidrocanabinólico (THCA) em uma criança com TEA grave. Este artigo trata-se de um relato de caso de uma criança de 12 anos de idade, portadora de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3 de suporte, considerada grave, segundo a 5ª versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Essa criança utilizou o óleo de Cannabis na proporção 2:1 CBDA:THCA, produzido de forma artesanal por sua mãe com autorização judicial. Essa mãe participou do projeto Mães e Mulheres Jardineiras (MMJ), desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC) com mulheres que possuem autorização judicial para cultivar e produzir o óleo artesanal de Cannabis para o tratamento de seus filhos. O projeto MMJ foi desenvolvido pela SBEC e proporciona suporte técnico para produção artesanal do óleo de Cannabis de qualidade e suporte jurídico para obtenção de autorização judicial para cultivo e produção do óleo, proporcionando a diversas mães a realização do sonho de ter a sua autonomia para produção de um óleo de qualidade a preço baixo para o tratamento de seus filhos. Antes de iniciar o óleo artesanal de Cannabis rico em CBDA produzido pela mãe, a criança apresentava crises de auto e heteroagressão, agitação psicomotora, gritos e choros, e tinha feito uso de todos os medicamentos disponíveis, mas sem melhora efetiva. Após tratamento com o óleo artesanal de Cannabis produzido pela mãe, com a ajuda do projeto MMJ desenvolvido pela SBEC, a criança diminuiu as crises de agressividade, de agitação psicomotora, de choros e gritos, conseguindo interagir com a família, além de retirar de forma gradativa todos os medicamentos alopáticos que usava. Pode-se concluir que o óleo artesanal de Cannabis, obtido pelo cultivo doméstico, apresenta eficácia clínica, baixo custo e segurança, pois melhorou significativamente os sintomas de agressividade, agitação psicomotora e interação social sem apresentar efeito colateral, melhorando a qualidade de vida da criança com TEA grave e de toda sua família.
Palavras-chave: Autismo, Cannabis sativa, cultivo doméstico.
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